14 Apr
SAMU 192: O que é, como funciona e por que é tão importante para a saúde pública no Brasil


Criado para oferecer atendimento rápido e eficiente a vítimas de urgência e emergência em qualquer lugar do país, o SAMU 192 (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) é uma das iniciativas mais essenciais do Sistema Único de Saúde (SUS). Através de uma simples ligação gratuita, qualquer cidadão pode acionar socorro especializado em casos que envolvam risco à vida, independentemente de classe social ou localidade.

O que é o SAMU?

O SAMU é um serviço público de saúde que atua 24 horas por dia, com o objetivo de prestar o atendimento pré-hospitalar de urgência. Ele foi criado em 2003 e segue modelos bem-sucedidos de países desenvolvidos, oferecendo suporte imediato em situações críticas, com equipes treinadas e ambulâncias equipadas.

Quando chamar o SAMU 192?

O serviço deve ser acionado em casos como:

  • Acidentes de trânsito com vítimas;
  • Problemas cardiorrespiratórios (ex: infarto);
  • Intoxicações, queimaduras, choques elétricos;
  • Crises convulsivas;
  • Complicações no parto;
  • Tentativas de suicídio ou violência com feridos.

O número não deve ser utilizado para consultas, dúvidas simples ou transporte sem urgência.

Como funciona o atendimento?

  1. Ligação gratuita para o 192;
  2. Atendimento por técnicos em regulação médica;
  3. Avaliação da gravidade;
  4. Despacho de ambulância adequada:
    • USB (Suporte Básico) – técnico de enfermagem e socorrista;
    • USA (Suporte Avançado) – médico, enfermeiro e recursos de UTI móvel.

O SAMU estabiliza o paciente no local e realiza o transporte seguro até a unidade de saúde apropriada.

Impacto na sociedade

  • Redução da mortalidade em casos de emergência;
  • Descongestionamento de prontos-socorros;
  • Inclusão e acesso universal ao socorro médico;
  • Apoio à organização das redes de urgência e emergência.

Por que o SAMU enfrenta tantas dificuldades?

Apesar de sua importância, o SAMU opera com inúmeros desafios:

  • Frota envelhecida;
  • Cortes de recursos e repasses irregulares;
  • Falta de valorização dos profissionais;
  • Ligações indevidas que sobrecarregam o sistema.

Mas há um fator silencioso e estrutural que também precisa ser debatido.


Nota crítica: Quando salvar vidas ameaça o lucro

Não é novidade que o fortalecimento do SUS, em especial serviços gratuitos e de alta eficiência como o SAMU, incomoda setores poderosos da sociedade.A medicina privada, que movimenta bilhões por ano, depende de um modelo que transforma o acesso à saúde em um produto. Com o fortalecimento do serviço público, há uma queda no fluxo de pacientes na rede privada, afetando lucros de clínicas, hospitais e operadoras de planos.E há quem defenda, nos bastidores, que parte da elite política e empresarial do país atua de forma velada para esvaziar e deslegitimar o SUS, reduzindo verbas e dificultando o funcionamento de iniciativas como o SAMU — justamente por representar um modelo gratuito, eficaz e popular de atendimento.Nesse cenário, o desmonte do SAMU não seria uma falha de gestão, mas uma estratégia deliberada para fortalecer o setor privado. É um embate entre dois projetos de país: um que vê a saúde como direito universal, e outro que a vê como privilégio de quem pode pagar.


Conclusão

O SAMU é um símbolo do SUS que funciona — salva vidas todos os dias e mostra que saúde pública de qualidade é possível. Defender o SAMU é defender a dignidade humana acima do lucro. A sociedade precisa estar atenta, cobrar dos gestores e valorizar quem atua na linha de frente desse serviço essencial.

Vamos pensar mais sobre isso?
EQUIPE CONTEÚDO

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