14 Apr
SUS: O maior sistema de saúde pública do mundo e o incômodo que ele causa


O Sistema Único de Saúde (SUS) é uma das maiores conquistas sociais da história do Brasil. Criado pela Constituição de 1988, o SUS garante que todo cidadão tenha acesso universal, gratuito e integral à saúde, da vacina ao transplante, da consulta básica ao tratamento de alta complexidade.

Poucos países no mundo oferecem um modelo tão abrangente — e gratuito — quanto o Brasil. Ainda assim, o SUS é alvo constante de críticas, cortes de verbas e tentativas de desmonte. Por quê?

O que é o SUS?

O SUS é o sistema público de saúde brasileiro, financiado com recursos federais, estaduais e municipais, e utilizado por mais de 190 milhões de pessoas. Está presente em praticamente todos os municípios do país e atua em:

  • Atendimento em postos de saúde, hospitais, UPAs e clínicas especializadas;
  • Campanhas de vacinação em massa (como a da COVID-19);
  • Controle de epidemias e endemias;
  • Tratamento de câncer, HIV, diabetes, hipertensão, etc.;
  • Transplantes de órgãos e doação de sangue;
  • Atendimento de urgência e emergência (como o SAMU 192).

Resultados concretos

Apesar de subfinanciado, o SUS já salvou incontáveis vidas e é reconhecido internacionalmente. Ele:

  • Reduziu a mortalidade infantil e materna;
  • Aumentou a expectativa de vida da população;
  • Contribuiu decisivamente no controle de epidemias (Zika, H1N1, COVID-19);
  • Democratizou o acesso a medicamentos, exames e cirurgias.

Então por que o SUS é tão atacado?

Mesmo com seus méritos inegáveis, o SUS sofre com:

  • Cortes orçamentários frequentes;
  • Falta de insumos e estrutura;
  • Superlotação de unidades;
  • Déficit de profissionais e valorização precária;
  • Narrativas midiáticas que o tratam como ineficiente.

Mas existe um fator mais profundo e muitas vezes ignorado: o SUS incomoda porque quebra o monopólio do lucro sobre a saúde.


Nota crítica: Quando o direito à saúde vira ameaça ao mercado

A existência do SUS representa um desafio direto ao modelo de negócio de clínicas privadas, hospitais de elite e operadoras de planos de saúde. Ao oferecer, gratuitamente, serviços que no setor privado custam milhares de reais, o SUS desvaloriza o discurso da saúde como privilégio.

Por isso, não é raro encontrar políticos, empresários e veículos de comunicação que deslegitimam o sistema público, promovendo o sucateamento como desculpa para privatizações ou parcerias que drenam recursos públicos para o setor privado.

Em muitos casos, a crítica ao SUS não é movida por preocupação com a qualidade do serviço, mas sim pelo interesse de enfraquecer um modelo que reduz a lucratividade de gigantes da medicina privada.A velha tática do “deixar sucatear para depois vender barato” também aparece aqui — mascarada de “modernização”.


Conclusão

O SUS é patrimônio do povo brasileiro. Atacá-lo, ignorá-lo ou desmontá-lo é um projeto político que visa substituir o direito pela mercadoria. Defender o SUS não é apenas proteger um serviço público — é defender a ideia de que a vida humana vale mais do que o lucro.

É preciso cobrar melhorias, sim, mas jamais aceitar que a solução seja abandonar o maior sistema de saúde pública do planeta. O SUS funciona. O que não funciona é o interesse de quem lucra com sua falência.


NOTA
O SUS é nosso. É público, é gratuito, é universal — e só existe porque a sociedade brasileira lutou por ele. Valorizar o SUS é defender a vida acima do lucro, é reconhecer que saúde não pode ser privilégio de poucos, mas direito de todos.

Não podemos aceitar o discurso de que "nada funciona" ou que "o SUS é um fracasso". Esse tipo de fala alimenta o desmonte, justifica cortes e abre espaço para privatizações silenciosas. O SUS tem problemas, sim — mas não por ser público, e sim por ser sabotado sistematicamente.

O que podemos fazer?

  • Exigir mais financiamento e melhor gestão do SUS em todas as esferas: federal, estadual e municipal;
  • Cobrar transparência e responsabilidade dos gestores públicos;
  • Denunciar cortes e desmontes disfarçados de "reformas";
  • Participar dos conselhos municipais de saúde, que existem justamente para garantir a voz da população nas decisões;
  • Apoiar profissionais da saúde pública, que mesmo com poucos recursos seguem salvando vidas;
  • Combater as fake news que tentam descredibilizar o SUS;
  • Divulgar os acertos e conquistas do SUS — seja nas redes, nas conversas, nas escolas e nas comunidades.

O SUS precisa de crítica construtiva, fiscalização e cobrança — mas também precisa de apoio popular, consciência coletiva e mobilização social.

Defender o SUS é defender o Brasil. E o momento de agir é agora.

EQUIPE CONTEÚDO

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